Editorial de Abril – 2025
“Refrechment” dos conceitos básicos
para uma boa Governação no seio da vida da KULIMA
Já passaram os primeiros 40 anos da vida da KULIMA e tantos outros havemos de ter dependendo sempre do engajamento de cada um de nós.
Os passos que demos e as conquistas que atingimos, nos deram consciência e força para continuar com a nossa coesão como ONG Nacional, determinada a realizar programas em todas as partes de País sempre em prol das comunidade mais necessitadas.
É verdade que tivemos altos e baixos, tivemos grandes e pequenos programas, e todas as Delegaçoes e a Sede Nacional sempre estiveram engajadas apesar da sua forma diferenciada, sendo que os doadores, devido à situações demográficas e a situaçãoes de instablidade política, além de resposta a ciclones que dia a dia aumentam, manifestam interesses diferenciados por cada Província.
Nos ultimos oito anos a grande atenção esteve virada para as Provincias de Cabo Delgado e Nampula, devido à incursões de extremistas do ISIS... Por causa dos Ciclones se extendeu à Províncias da Zambézia, Sofala e Tete... e para responder à situações climáticas aversas, seca de longa duração e chuvas intensas, abrangeu outras regiões duma forma esporádica e de curta duração.
Os princípios de cooperação ditados pela ODS, periodicamente cada 15 anos, que miravam a neutralizar a fome, a eliminar a pobreza absoluta, a criar óptimas contições de Saude e de educação para todos, e garantir uma justiça baseada nos diretos humanos universais, ficaram uma letra quase morta... apesar da sua adaptação ao tempo real.
Perante isso, a KULIMA, deve manter-se firme a perseguir os objectivos da sua criação, manter forte a atenção aos seis pilares na execução dos programas e para tal, manter uma governação clara, forte e coesa, obedecendo às directirizes contidas nos documentos oficiais da sua Instituição.
E, é acerca disso que sinto o dever de ativar os principios da Governação que nos orientam dia a dia na nossa pertença à Instituição.
"O processo de governação centralizado é uma prerrogativa de cooperação internacional... assumido por todos nós, e, duma maneira ou outra tudo deve ser centralizado com uma responsabilidade de decisão e de resposta central!
Isso implica que os Quadros Provinciais devem seguir todo o processo de preparação, de Lobbing e de execução do programa em estreita ligação com a Sede Nacional e o Doador.
A dinâmica de descentralização na execução de programas provinciais é uma atitude assumida por parte da KULIMA e apesar das vantagens, que todos reconhecemos, tem os seus limites e as suas obrigações!
Todos os programas provinciais, apesar de terem plena autonomia de execução, devem ser sempre conhecidos em todos os particulares e reconhecidos pela Sede Nacional, sobretudo na fase inicial de reconhecimento e na fase final de fecho.
Vamos reflectir sobre isso!
Assim, cada programa tem a sua identidade e a sua estrutura e não podemos determinar em todos os particulares a sua condução técnica e financeira.
Caso a caso a Sede Nacional terá que prestar uma atenção particular a cada Delegação no que diz respeito ao suporte tecnico, financeiro e de execução.
Repito,
Todos os programas a executar são da KULIMA e não especificamente de cada Delegação ou Sede Nacional.
Nisso,
Cada Delegação deve aumentar a sua capacidade de Lobbing e reforçar a ligação com os parceiros que possam dar garantia financeira à própria Delegação... Isso leva a que cada Delegação deve conseguir com a sua própria dinámica operativa criar capacidade financeira para o sustento seja do Delegado e seus técnicos assim como o sustento da propria Delegação, sem pretender ou esperar somente algo que vem de fora.
Procuremos portanto aumentar a nossa capacidade de Fundrising... Procuremos reforçar a equipa da Delegação, capacitada em elaborar propostas e conduzir com força a própria Delegação, criando iniciativas que respondam às necessidades locais.
Vamos reflectir sobre isso!
Temos fortes exemplos de Delegações como Tete, Nampula, Maputo Cidade, Beira que têm uma forte capacidade de busca de propostas a escrever e ganhar... e executar e... devemos apreender delas!
Os programas dito “nacionais” tem a sua propria especificidade e devem ser geridos para tal, conforme orientação e acordos elaborados a nivel internacional, como foi o caso do FNDS, do MISAU, do programa NNV da Delegação de Maputo, e futuramente o Programa OCHA que é nacional e do IDEPA que tem caracter regional incluindo a Província da Zambézia... e esperando por outros!
E é bom lembrar que também a Sede Nacional tem momentos muito difíceis para se manter financiariamente, apesar de não comunicar a todos o que se passa e em todos os particulares...... procurando voluntários e injectando fundos próprios para manter a sua postura de ONG forte e capacitada em todos os "DUE DILIGENCE" que realiza com os grandes Doadores. Isso não é um Mistério!
Vamos continuar a ter um diálogo directo cara a cara e juntos fortalecer o nosso crescimento!
Que a KULIMA se possa manter sempre coesa e forte!
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Um abraço forte,
Domenico Liuzzi,
Director Nacional da KULIMA.